domingo, 8 de novembro de 2009

Porquê?

Em 2004 ‘o mundo’ da transplantação hepática era-nos completamente desconhecido.
Entrámos neste meio por causa do transplante hepático do nosso filho e ficámos a conhecer uma vertente da medicina muito nobre e desconhecida da sociedade em geral.
Entretanto, ao longo dos meses fomo-nos apercebendo das virtudes, das insuficiências e de algumas particularidades.
Recentemente, o programa de Transplantação Hepático Pediátrico (TRH) passou por algumas dificuldades que poderiam ter custado a sua continuidade em Coimbra e em Portugal, pois apenas em Coimbra se fazem transplantes hepáticos pediátricos. Hoje, graças à HEPATURIX muita coisa tornou-se pública através dos jornais, das rádios e das televisões. Tudo isto mostrou ao país uma realidade desconhecida de todos, mesmo de alguma classe médica!
A HEPATURIX é uma associação de jovens transplantados e com doenças hepáticas crónicas e nós, os pais que a fundámos, tivemos um papel determinante na defesa da “Escola de Coimbra” criada há 15 anos pelo Sr. Prof. Alexandre Linhares Furtado e hoje liderada pelo seu filho!
Felizmente que o Dr. Emanuel Furtado manteve-se connosco e à frente do programa TRH. Hoje, passados mais de dois anos e meio sobre essa “crise”, continuamos com algumas preocupações, mas pelo menos o programa funciona!
Assim têm-se salvo algumas vidas “pequeninas”, porque nem todos os casos teriam resposta no estrangeiro, como aliás se verificou nessa altura com o envio de uma criança para Madrid e que acabou por ser transplantada em Portugal.
Como entretanto a transplantação hepática deixou de ser notícia pelas “piores” razões, apercebi-me que o assunto tem tido tendência a esbater-se. Ao poder político e a quem decide, espero que o livro sirva pelo menos para relembrar que é necessário investir na formação de mais cirurgiões!
Espero também que este seja um testemunho útil para todos aqueles que tenham a infelicidade de passar por um processo idêntico! Aos outros, ficará apenas a história…
A nós tinha-nos feito muito bem se tivéssemos acedido a um testemunho deste género na altura certa! Por imperativo moral supri agora essa falta, era o mínimo que poderia fazer, só espero tê-lo conseguido com a qualidade mínima desejável!
O diminutivo Vitinho foi o nome que os médicos e enfermeiros “baptizaram” o nosso filho e por isso é esse o nome utilizado neste livro, embora para ele o nome soe um pouco a estranho….

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