segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A mensagem da HEPATURIX

Falo-vos com alegria de ver tantos meninos salvos por este programa de transplantação hepática pediátrica de que aqui estamos a comemorar o 17º aniversário.


Falo-vos também com enorme tristeza por ver que aquele que foi um programa sólido está agora em risco de desmoronamento.

Falo-vos com a revolta de ver directores que acreditamos serem pessoas de bem e responsáveis deixem cair, baixando os braços, um programa que não terá substituição neste País.

Estou com a sensação de estar a ver outra vez o mesmo filme! Há quatro anos vivemos momentos de insegurança quando chegamos ao ponto de ver partir para Madrid uma menina que precisava de um transplante hepático e o programa estava suspenso em Portugal por os hospitais não estarem a dar condições ao cirurgião (único em Portugal) que fazia e ainda faz os transplantes pediátricos. Depois de um mês no estrangeiro, esta menina regressou porque não conseguiram reunir as condições para que o transplante fosse efectuado em Espanha. Volvido este tempo, pasme-se, este cirurgião ainda não tem seguidores porque não se investiu em formação.

Recuando 10 anos na minha vida pessoal, recordo que quando a necessidade de transplante me bateu à porta, foi-me explicado que poderia fazê-lo no estrangeiro, se assim o desejasse, mas uma vez que já era feito em Portugal o custo teria de ser assumido particularmente. Os requisitos necessários eram, à data, o pagamento de 55 mil contos, ter um dador vivo compatível, pois cada país dá preferência aos naturais não havendo excedentes para os estrangeiros, e a garantia que ficaria a residir no estrangeiro durante 6 meses para acompanhamento do doente. Se este programa for interrompido é este o custo, com as correcções da distância de 10 anos, que virá a ser pago por cada criança que venha a necessitar de transplante hepático. A este custo, acrescentem os custos emocionais que não são menos duros. E, entretanto, o investimento, a formação e a experiência de que somos detentores em Portugal, especificamente aqui em Coimbra, vai-se perdendo.

Considero uma obrigação de cada um de nós, aqui reunido nesta sala, lutar para que sejam assumidas todas as condições para que continuemos a ter transplantes hepáticos pediátricos no nosso País.

Não usamos a comunicação social como arma de arremesso, nem somos um grupo de fora a falar do que não sabe, damos a conhecer através dela a justeza das nossas pretenções e muitas vezes sem qualquer vontade sabemos muito bem do que estamos a falar porque o vivenciámos nos hospitais.

Não podemos entender que seja anunciado publicamente que os transplantes hepáticos vão passar a ser efectuados no Hospital Pediátrico e três anos depois, não só não o foram como estão a passar uma situação de remedeio para a situações agudas. E as que estão em lista de espera? Como vai ser? Agora que HUC, CHC e portanto HP estarão debaixo da mesma alçada, nada deve obstar a que haja uma equipa de transplantes no novo Hospital Pediátrico.

Acreditamos que o sentido de responsabilidade da direcção dos HUC se sobreporá a todas as dificuldades agora existentes e que fará uma aposta consciente na formação de profissionais que garantam este serviço com continuidade, e não com um empréstimo de um médico de outro hospital que se viu obrigado a sair de casa por falta de condições. A essa consciência, sentidos de responsabilidade e humanitário habituou-nos o Dr. Emanuel Furtado sempre disponível, 24 horas por dia, 12 meses por ano, sem nunca falhar.

Temos em Coimbra, na pessoa da Dra Isabel Gonçalves uma médica pediatra com formação única para fazer o acompanhamento dos transplantados pediátricos. Mais uma vez, estamos perante uma situação gritante, que ao longo destes anos tem tido avanços e recuos mas nunca uma situação sólida de garantia de continuidade com formação. A Dra Isabel Gonçalves fez a sua formação em Bruxelas e tem experiência de 17 anos acumulados no acompanhamento pediátrico de pré e pós-transplante hepático com uma actuação médica brilhante. Somos um País pobre, mas desperdiçamos os valores que temos.

Chegou a hora de vos dar notícias da nossa Associação. No decurso do último ano apoiámos diversas famílias na aquisição de leite especial, de medicamentos, transportes para consultas, alojamento no nosso apartamento. Obtivemos o apoio de um banco para a construção de um quarto para uma menina transplantada já por 3 vezes, e que embora já com 6 anos, dormia no quarto dos pais. Foi-lhe dado um quarto quentinho, só para ela. Estas acções são uma forte razão para continuarmos a prestar apoio social. Mas continuaremos também a lutar pela continuidade deste programa, com a dignidade e o apoio que merece.

A todos, muito obrigada.

Tereza Larisch
Presidente da Direcção

17 anos de Transplantes Hepáticos Pediátricos

sábado, 15 de janeiro de 2011

Hepaturix – o que pensamos desta solução!

Fomos convidados para reunirmos na próxima semana com a Administração dos HUC e esta notícia de hoje no DC trouxe-nos imediatamente um grande alívio!

Todavia, há muitas coisas que terão de ser bem pensadas:

- primeiro, como se vai processar a organização das diversas equipas, pois antes tínhamos HUC vs Pediátrico, agora teremos IPO vs HUC vs Pediátrico e se juntarmos a isto o processo em curso de fusão com o CHC, ficamos um pouco confusos…
- segundo, é necessário implementar a formação de mais cirurgiões que possam ajudar o Dr. Emanuel. Toda aquela lógica da formação que nunca se fez e da união/manutenção das diversas equipas, tem de ser um objectivo prioritário. O Dr. Emanuel estava rodeado de pessoas fabulosas e não as podemos perder, pois muitas estavam e estão no limiar da frustração! O sucesso do Dr. Emanuel, é o sucesso de todos aqueles que o apoiaram e suportaram, por isso e como o Dr. Carlos Bento me referiu um dia, até os que desempenham funções menores têm de ser os melhores!;
- terceiro, parece-nos que agora sim, pode-se consolidar aquela ideia dos TRH passarem para o Pediátrico, não só porque o novo Pediátrico estará para breve (?!) mas especialmente porque sendo todos (quase…) do mesmo centro hospitalar, outra coisa não seria de esperar!

Sempre contámos com o Dr. Emanuel, desejamos-lhe muita sorte no Instituto de Oncologia, pois Portugal necessita da sua “arte”. Muitos doentes oncológicos beneficiarão dos seus conhecimentos e as crianças que um dia serão transplantadas, necessitam dele “com mão”, rotinado e com a sua técnica cada vez mais apurada!

Forte abraço Dr. Emanuel e fazemos votos para que se encontre uma plataforma de funcionamento que permita manter os transplantes hepáticos em COIMBRA, pois também já nos constou que, da mesma forma que há três anos atrás, poderiam eventualmente ser transferidos para o Curry Cabral em Lisboa.

Como os 17 anos de experiência e consolidar de rotinas e conhecimentos estão em Coimbra, como a Dra. Isabel Gonçalves e todos os outros são de Coimbra e como a própria Ordem dos Médicos já o defendeu publicamente várias vezes, mais uma vez sublinhamos que os Transplantes Pediátricos devem ficar em Coimbra.

Como dizia Píndaro “quem quer vencer um obstáculo deve armar-se da força do leão e da prudência da serpente”, por isso pedimos a todos, Administrações Hospitalares incluídas, que como referiu o Dr. Manuel António, afinem tudo o que se seguirá com bom-senso.

Bem hajam a todos.

Transplantação hepática pediátrica está assegurada.

Escrito por Andrea Trindade.

O cirurgião Emanuel Furtado, que se mudou para o IPO, garantirá os transplantes de fígado em crianças

Emanuel Furtado, que cessa hoje funções nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), deverá continuar a fazer transplantes hepáticos pediátricos, liderando em Coimbra uma equipa única a nível nacional.

Na sequência do pedido de exoneração apresentado pelo coordenador do Programa de Transplantação Hepática Pediátrica e do seu ingresso no Instituto Português de Oncologia (IPO), a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) revelou ontem em comunicado de imprensa que «foram feitas diligências com o Centro Hospitalar de Coimbra (CHC), com os HUC e o IPO, no sentido de garantir a manutenção do programa de transplantação hepática pediátrica em Coimbra».
De acordo com a ARSC, e em resposta às preocupações de pais e familiares de crianças com doenças hepáticas, «o tratamento e acompanhamento das situações agudas encontra-se assegurado».
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Conselho de Administração do IPO de Coimbra, Manuel António, revelou que Emanuel Furtado começa a trabalhar nesta unidade na próxima semana e que o IPO «obviamente lhe dá autorização para fazer os transplantes que forem necessários nas crianças que deles necessitarem».
Ainda de acordo com o responsável do IPO, o médico «respondeu a um concurso nacional», aberto em Outubro do ano passado, para a contratação de um cirurgião geral e ficou classificado em primeiro lugar.
No que se refere aos «problemas que se estão a levantar, ao doutor Emanuel e aos transplantes dos miúdos», Manuel António disse à Lusa que «isso vai ser salvaguardado através do bom senso que todos nós devemos ter».
Coordenador do programa nacional de transplantação hepática pediátrica, cuja equipa realiza em média 12 destas cirurgias por ano, Emanuel Furtado é o único médico com experiência para realizar transplantes de fígado em crianças.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Emanuel Furtado pediu para sair dos HUC - Artigo de hoje do Diário de Coimbra

Escrito por Andrea Trindade
CIRURGIÃO DEVERÁ IR PARA O IPO DE COIMBRA

Emanuel Furtado pediu
para sair dos HUC

Cirurgião é o responsável pelo programa nacional de transplantação hepática pediátrica, que pode estar em risco
O cirurgião Emanuel Furtado, coordenador do programa de transplantação hepática pediátrica e único médico com conhecimento e experiência para realizar transplantes de fígado em crianças, pediu para sair dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC). A Associação Nacional das Crianças e Jovens Transplantados ou com Doenças Hepáticas – Hepaturix teme que acabem os transplantes hepáticos pediátricos em Coimbra e que as crianças tenham de ser encaminhadas para centros estrangeiros, correndo o risco de não obter resposta em tempo útil.

Fonte do gabinete de comunicação dos HUC confirmou ontem ao Diário de Coimbra que «o Conselho de Administração tomou conhecimento do pedido de exoneração do professor Emanuel Furtado», profissional daquele hospital. O pedido terá chegado já este ano, mas há algum tempo que se fala na saída do médico, admitindo-se, mais recentemente, a sua ida para o Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra, onde deverá chefiar um serviço.
Recorde-se que Emanuel Furtado foi designado há quatro anos coordenador dos transplantes hepáticos pediátricos mas não dirigia nenhum serviço nos HUC, trabalhando no serviço de Cirurgia I, sob a direcção de Fernando José Oliveira.
«Se for verdade é o atestado de óbito dos transplantes hepáticos pediátricos e toda uma equipa e uma lógica de funcionamento que fica em causa. É muito triste, dramático», refere Vítor Raimundo Martins, presidente da Assembleia-geral da Hepaturix e pai de uma criança transplantada.
O responsável refere que, em situações agudas, «o transplante tem de ser feito num curto intervalo de tempo, não se compadece com envios para centros estrangeiros e com espera por órgãos de dadores compatíveis noutro país».
«Saindo Emanuel Furtado e ficando outro cirurgião que não possua os mesmos conhecimentos e alguma experiência, estaremos a regredir num processo que nos trouxe até um centro de grande qualidade, com taxas de sucesso comparáveis às melhores internacionais», acrescenta Catarina Aguiar, vice-presidente da direcção da Hepaturix, ela própria uma jovem transplantada em Coimbra.

Uma equipa “admirável”
Vítor Martins e todos os outros pais e doentes são unânimes em considerar a equipa liderada por Emanuel Furtado - constituída por profissionais dos HUC e do Hospital Pediátrico de Coimbra (HPC) - «admirável em todos os níveis». «Custa-me, por isso, ainda mais ver a transplantação pediátrica cair assim», desabafa, lembrando a «escola criada com Linhares Furtado (pioneiro em Portugal)» e o enorme conhecimento reunido neste centro. Sobre o futuro dos transplantes há ainda pouco a dizer. Os HUC garantem apenas que «saberão encontrar formas de assumir as suas responsabilidades no cumprimento da sua missão como hospital de adultos». O que dá uma clara indicação de que o problema deverá ser resolvido do lado do Hospital Pediátrico e indo ao encontro da já prometida transferência dos transplantes hepáticos pediátricos para o novo hospital.
Através do gabinete de imprensa, os HUC fazem ainda saber que «estão, como sempre estiveram, abertos à colaboração nesta área, disponibilizando as suas equipas» ao Pediátrico e a outros hospitais da cidade. Uma dúvida que, aliás, nem se coloca quando todos as unidades fazem já parte do recém-criado Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Cenário já era anunciado
Há anos que a Hepaturix alerta para a fragilidade de ter apenas um cirurgião especializado nesta área, reclamando o investimento na formação de mais cirurgiões hepáticos infantis. No início de 2007, os pais e familiares de crianças transplantadas viveram momentos de grande angústia, precisamente porque Emanuel Furtado esteve indisponível para fazer o serviço, levando à suspensão temporária dos transplantes (com pelo menos uma criança a ser encaminhada para o Hospital de La Paz, em Madrid).
Os HUC, hospital a que pertence o cirurgião e onde são realizados os transplantes, e Hospital Pediátrico, que recebe e acompanha as crianças antes e depois do transplante, deram, na altura, o problema por resolvido. Emanuel Furtado seria nomeado coordenador do programa de transplantação hepática pediátrica – nacional, porque Coimbra tem o único centro que faz este tipo de intervenção – e os transplantes foram retomados. O que é certo é que se continuou a depender de um único cirurgião, até hoje, «sem que fosse feito um investimento na formação de novos cirurgiões», repara Vítor Martins. O Diário de Coimbra tentou, sem sucesso, falar com o cirurgião Emanuel Furtado.

17.o aniversário da transplantação
hepática pediátrica assinalado amanhã
A transplantação de fígado em crianças foi iniciada em Portugal a 15 de Janeiro de 1994 – fará amanhã 17 anos – por Linhares Furtado, pai do até aqui responsável pelo programa de transplantação hepática pediátrica. A intervenção é complexa e a técnica difere da realizada em adultos, uma vez que os órgãos disponíveis para transplante são maioritariamente de dadores adultos e a equipa de Emanuel Furtado tem de proceder à sua redução ou, em alguns casos, à divisão do órgão para responder a mais de um receptor. Desde 2001, realiza-se também em Coimbra o transplante hepático com recurso a dador vivo, sendo normalmente o pai ou a mãe a doar parte do fígado à criança.

http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=10799&Itemid=135

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Um novo Blog

Há dias ocorreu-me que talvez não fosse descabido fazer um blog só para abordar temas relacionados com seguros. A minha formação juridica e a minha experiência profissional de 20 anos na actividade seguradora, permitem-me (penso eu!) abordar alguns temas de uma forma mais assertiva! Pelo menos vou tentar e prometo que o farei com o recurso a uma linguagem normal...

Para os que se interessem aqui vai o link: http://generalisegurosovar.blogspot.com/

A ideia principal é aos poucos ir fazendo pequenos textos que ajudem o consumidor normal a ter um manual simplificado de como proceder em determinadas situações.

Se escrever uns três ou quatro textos por mês, ao fim de um ano terei mais de 40 textos!

Vamos ver no que é que dá!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Sinto-me optimista

Este ano vai ser seguramente um excelente ano! Não sei por que razão, mas sinto-me optimista.

Este histerismo colectivo levou-nos a esta irracionalidade, mas as coisas têm de voltar à normalidade, digo-o por força de uma lógica muito simples, é que tudo funciona por ciclos e este ciclo negativo já dura há tempo de mais e segundo a lógica das probabilidades é muito possível que todos sejamos surpreendidos por um excelente ano!

Que todos nós tenhamos uma atitude optimista e positiva e que os velhos do Restelo não se consigam ouvir!

Feliz 2011!