Ontem de manhã a Renascença contactou-me e entrevistou-me várias vezes, sempre que começávamos a entrevista uma qualquer anomalia técnica “boicotava” a minha “performance” e francamente já nem me lembro bem o que disse! Contudo, uma coisa tentei dizer, é que falava enquanto pai de uma criança transplantada e nesse sentido, qualquer pai ou mãe ficavam felizes com o retomar dos transplantes em Coimbra e expliquei porquê, falei da empatia que existia com o Dr. Emanuel, com a Dra. Isabel, com a restante equipa, falei do apartamento que disponibilizávamos às famílias, falei da forma como facilmente todos nos entendíamos, etc, etc, etc.
Quem lê este artigo, naturalmente que o que sobressai é antes uma “crítica” directa ao “La Paz”!
Espero que no áudio tenha passado tudo, mas o que eu disse efectivamente foi que Madrid era um centro de transplantação de referencia, que eram lideres na recolha de órgãos e na transplantação dos mesmos, mas infelizmente, connosco, as coisas tinham corrido mal! Disse expressamente, que não havia um nexo de causalidade entre ter corrido mal e as crianças em questão serem portuguesas, ninguém poderia dizer tal coisa, mas efectivamente as coisas correram mal, porque uma criança faleceu antes e outra depois do transplante, outras também lá transplantadas não estão a 100% e em Coimbra tal nunca tinha acontecido!
Obviamente que isto parece entrar em contradição com o facto de eu ter dito que houveram dois casos que correram mal, mas atenção estes dois casos foram… numa centena e, precisamente por causa destes dois casos é que o Dr. Emanuel começou a ser mais “implacável” nas suas exigências, pois quem conhece o desenrolar dos acontecimentos, sabe que estes dois casos motivaram a vinda a Portugal do Professor De Ville que auxiliou o Dr. Emanuel noutro transplante e por isto é que nós os pais das crianças transplantadas confiamos tanto no Dr. Emanuel, porque sabemos qual o seu grau de exigência na aceitação dos órgãos e na “excelência” da técnica que impõe ao acto cirúrgico propriamente dito!
Sempre defendi que a solução de Madrid, não era a “nossa” solução mas era fundamental ter uma solução e nesse sentido, Madrid foi uma boa solução, pois de contrário poderiam ter ocorrido mais baixas!